Angiomas, Hemangioblastomas, Quistos e Tumores

Os angiomas podem surgir em várias partes do corpo. A pressão que exercem pode por si provocar sintomas. Os angiomas no cérebro ou na espinal medula, por exemplo, são chamados hemangioblastomas. Podem pressionar um nervo ou tecido encefálico circundante e causar sintomas como dores de cabeça, problemas de equilíbrio ao andar ou fraqueza nos braços e nas pernas.

Conforme o angioma cresce, as paredes dos vasos sanguíneos podem debilitar-se até romperem e provocar um derrame de sangue que pode causar danos aos tecidos próximos. Os derrames de sangue ou fluídos dos angiomas na retina, por exemplo, podem interferir com a visão. Uma detecção a tempo, com cuidadosa monitorização do olho, e o tratamento quando necessário, são muito importantes para manter uma visão saudável.

Em volta dos angiomas podem desenvolver-se quistos. Os quistos são bolsas cheias de fluídos que podem condicionar sintomas por exercerem pressão localmente ou criarem um bloqueio.

Alguns doentes do sexo masculino podem apresentar quistos no saco escrotal. Este tumores são quase sempre benignos, mas devem ser examinados por um urologista.

Quistos e tumores podem também aparecer nos rins, pâncreas e glândulas supra-renais. Normalmente estes quistos não originam sintomas, mas devem ser monitorizados para detecção de alterações. Tumores nas glândulas supra-renais podem manifestar-se por tensão arterial elevada. Alguns destes tumores são benignos, enquanto outros são malignos. Uma detecção precoce e monitorização cuidadosa podem em regra ser feitas com o uso de tomografia axial computadorizada (TAC), ressonância magnética nuclear (RMN) ou ecografia. (Figura 1)

Eu explico o que se está a passar, como funciona e o que se tenta diagnosticar, e o que pode acontecer se não for diagnosticado. Educo o doente nesse sentido, mas também afasto a incerteza. A incerteza é a pior doença. O medo do desconhecido pode ser realmente destabilizador. Dr. Thomas Delbanco, Beth Israel Hospital, citado em Bill Boyers, Healing and the Mind, Doubleday Books, New York, 1993, p. 18.

Os doentes de VHL normalmente apresentam um ou mais dos tumores mencionados. A frequência varia consoante as famílias e as estatísticas de grupos étnicos particulares podem diferir imenso por esta razão: as famílias francesas mostram mais disposição para lesões do Sistema Nervoso Central, as famílias alemãs são mais propensas a feocromocitomas e as famílias japonesas estão mais sujeitas a tumores nos rins. Os dados aqui apresentados foram compilados pelo Instituto Nacional de Saúde Americano tendo por base um grande número de doentes internacionalmente. Figura do Grupo de Estudo Francês de VHL.
Figura: As principais lesões de VHL e a sua frequência
Hemangioblastoma no cérebro e espinal medula   21 - 72 %
Hemangioblastoma na retina   43-60 %
Quistos no pâncreas   8 - 37 %
Tumores no pâncreas   8 - 17 %
Feocromocitoma   7 - 18 %
Quistos e tumores nos rins   24 - 45 %
     

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Dora Resende Alves