Rogério Reis


Err and err and err again, but less and less and less.


Desafios (1)

A quase totalidade das cifras utilizadas até meados do sec. XIX eram do tipo “mono-alfabético”, ou seja, correspondiam à simples substituição de cada letra do texto original por uma outra de um outro alfabeto. As primeiras cifras tinham o segundo alfabeto disposto de uma forma muito regular, correspondendo somente a uma rotação para a direita deste de algumas posições: são o que costumamos chamar uma cifra de César. Eis um exemplo de uma chave desse tipo:

abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
defghijklmnopqrstuvwxyzabc

Com esta chave, para cifrarmos um texto (por exemplo, “computadores”) substituímos cada letra da mensagem, lendo-a no alfabeto da primeira linha, pelo correspondente da segunda linha. Neste caso o resultado seria: “frpsxwdguhv”. Para decifrar procede-se de forma inteiramente análoga, mas usando as linhas da chave com papeis inversos. Como para estas cifras não há mais do que 25 possíveis chaves, a sua segurança é reduzida.
Cifras mais difíceis de “quebrar” usam uma chave mono-alfabética em que a segunda linha não obedece a nenhuma regra especial. Por exemplo:

abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
jywblovdgiutfaskxmpezcnhrq

A forma de cifrar e decifrar é inteiramente semelhante à da cifra anterior, mas a “quebra” desta é muito mais difícil. Para o fazermos devemos atender à tabela de frequências das letras em Português, e observarmos que estas frequências são preservadas no texto depois de cifrado (vêr tabela anexa).
Para que uma cifra seja mais difícil de “quebrar” é costume eliminar os espaços e as pontuações que separam as palavras, representando o texto em grupos de tamanho fixo (geralmente 5 ou 7).
Stacks Image 2311
Os criptogramas aqui apresentados estão por ordem crescente de dificuldade. Os dois primeiros estão cifrados com uma cifra de César e os dois restantes com uma cifra mono-alfabética genérica.

Como foram mantidos os espaços e pontuações, este é muito simples de resolver.

Jcnxyjr xjruwj ywjx qfitx szrf inxhzxxft: t rjz qfit, t yjz qfit j t qfit htr wfeft!


Neste, não fosse o facto de os caracteres terem sido agrupados em grupos de cinco, e também não era difícil.

qgzma fqzta yqpap myadf qeazm acgqd aqefm dbdqe qzfqz qeeqy ayqzf a

Mais uma vez, mantendo os espaços e pontuações... mas com uma cifra que necessita da ajuda da tabela de frequências...

Db ugoqj thg ebearg osbng kgmg hb rbaxgm ebegrj. Pj ltb itiog hb fbhemj pb b g rboahg qbmobamg jt g rboahg ltgmqg.

...e agora a mensagem mais complicada.

showh msabp jawge sahms araah kpaqr wshes wpywd nstwm swiyj lwzqj ghwqm sajav beaya tjgrw ijavw drjhj hairj ahmsa djhad wwdnj tap

Para brincar com estes criptogramas o utensílio ideal, e que realmente facilita muito a tarefa é o "decipher-mode" do Emacs.