investigação IA distinção internacional

Distinção reconhece a contribuição de Miriam Santos para modelos de IA mais robustos e confiáveis, aplicáveis a áreas como a saúde e a justiça.


A distinção reconhece o trabalho da investigadora Miriam Santos e a sua contribuição para modelos de IA mais robustos e confiáveis e aplicáveis a áreas como a saúde ou a justiça.

Miriam Seoane Santos, docente da Faculdade de Ciências, venceu o ERCIM Cor Baayen 2025, um prestigiado prémio internacional destinado a investigadores em início de carreira na área da ciência de computadores e de matemática aplicada. Miriam é a primeira portuguesa a conquistar este galardão, que reconhece o seu trabalho na área da qualidade dos dados para o desenvolvimento responsável de sistemas de Inteligência Artificial (IA).

A distinção, no valor de  5000 euros, premeia a investigação de Miriam, que teve início na Universidade de Coimbra e que continua a ser realizada na Universidade do Porto, nomeadamente no INESC TEC, onde é investigadora.

“Este prémio é para mim uma valorização da investigação fundamental”, refere a docente do  Departamento de Ciência de Computadores da FCUP. A docente tem estudado como é que as características dos dados, por exemplo a falta de representatividade, a ausência de informação ou a sua complexidade intrínseca, influenciam os modelos de IA. De acordo com a investigadora, há um maior foco nos modelos e não nos dados em si e também é importante estudá-los. “O meu objetivo é contribuir para  uma IA mais robusta e confiável, que possa ser aplicada em  áreas como a saúde, a justiça, a finanças ou as telecomunicações”, concretiza. 

Para Miriam, este galardão é também um “incentivo para continuar a promover uma  tecnologia mais equitativa, justa e transparente“. 

Paralelamente a este trabalho, a investigadora dedica-se também à  promoção da literacia digital e à capacitação da comunidade no que diz respeito à IA. Cada vez mais se utiliza a inteligência artificial e a docente da FCUP quer ajudar a que as pessoas possam “compreender, criar e usar a tecnologia de forma responsável e informada, em benefício de toda a sociedade”. 

Miriam já tem planos para o futuro. Os seus próximos passos serão o desenvolvimento de métodos e ferramentas práticas para ajudar investigadores e empresas a traduzir princípios éticos e regulatórios em garantias técnicas concretas – tudo em nome de IA mais responsável. Quer ainda continuar o seu trabalho de inclusão e diversidade na tecnologia e continuar a sensibilizar os seus alunos e empresas quanto à importância de desenvolver produtos tecnológicos com responsabilidade e consciência social.

No final do mês de outubro, a docente da FCUP irá receber oficialmente o prémio e apresentar o seu trabalho no  ERCIM Fall Meeting, que se realiza em França, no dia 30 de outubro.

Sobre o ERCIM Cor Baayen

O Cor Baayen Early Career Researcher Award  é um prémio anual bastante respeitado em ciências da computação e matemática aplicada, concedido pela ERCIM (European Research Consortium for Informatics and Mathematics). Foi criado em 1995 para homenagear Cor Baayen, o primeiro presidente da ERCIM. Os nomes dos investigadores candidatos são propostos pelas instituições associadas a esta entidade e os critérios de seleção deste prémio consideram a qualidade científica, originalidade e rigor, o impacto (científico e/ou societal) e a visibilidade internacional.

Sobre Miriam Seoane Santos

Professora auxiliar da FCUP desde março de 2024 e investigadora no INESC TEC, Miriam Seoane Santos é mestre em Engenharia Biomédica e doutorada em Engenharia Informática pela Universidade de Coimbra.

Durante vários anos foi investigadora no Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC), tendo trabalhado também como bolseira de investigação no Centro de Novas Tecnologias em Medicina (AIBILI) e no CI-IPO-Centro de Investigação do Porto (CI-IPOP). Em 2020, fundou o projeto para a inclusão digital “Raparigas do Código”.

Foi também assistente convidada no Instituto Superior Miguel Torga e na Universidade de Coimbra.

Por Renata Silva / FCUP