IA inovação

Sophia Cheto, da licenciatura em Ciência de Computadores da FCUP, é uma das autoras de uma das 50 ideias finalistas do programa Santander X Explorer.


E se fosse possível combater incêndios de forma mais rápida e precisa? É o que pretendem duas estudantes do Porto com o projeto FireHawk AI, que integra os 50 finalistas do programa Santander X Explorer, cuja edição de 2025 recebeu mais de 6000 candidaturas.  

Sophia Cheto, da licenciatura em Ciência de Computadores da FCUP, e Clarisse Cecconi, estudante de Engenharia Informática do Instituto Politécnico de Gestão e Tecnologia (ISLA Gaia), estão a usar este programa acelerador de startups, destinado a jovens de todo o mundo, para networking e conseguir parceiros para passar da ideia à realidade.  

“O FireHawk AI visa integrar inteligência artificial e monitorização em tempo real para o combate mais rápido e eficaz de incêndios”, explica Sophia Cheto. O objetivo é o que o modelo seja capaz de prever riscos de fogos com antecedência, a partir dos dados de condições climatéricas capturados por sensores ou satélites, e que também seja capaz de calcular de forma inteligente o uso e alocação dos recursos disponíveis. “A partir da utilização de algoritmos de Machine Learning supervisionados, alimentados por dados anteriores e atuais é possível reduzir até 80% o tempo de resposta”, acredita a estudante, com base em projetos já aplicados noutros países.

A plataforma pode criar alertas automáticos de acordo com os riscos associados e sugerir a alocação de recursos para áreas de maior risco, sendo que este sistema seria uma substituição de métodos tradicionais baseados em imagens e ações manuais. O objetivo do projeto é ser uma solução fiável e eficiente para minimizar danos ambientais e proteger comunidades vulneráveis.  

Nesta fase, as estudantes estão a angariar contactos para tornar a FireHawk AI uma realidade. “Estamos em contacto com um consultor no Brasil, com alguns investigadores e também com uma empresa de monitorização ambiental”, adianta Sophia, que iniciou este trabalho durante a unidade curricular de Interação Pessoa-Máquina na FCUP. 

As estudantes trabalharam durante vários meses no projeto, tendo em conta os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU de 2030.  

A edição em que Sophia e Clarisse participam termina a 30 de outubro. Para poderem desenvolver esta ideia e aplica-la na prática, pedem apoio de organizações do setor público ligadas à conservação e à proteção civil, empresas de monitorização de áreas florestais e rurais e especialistas em gestão de fogos florestais e de machine learning.

Esta edição do programa Santander X Explorer, totalmente online, contou com a participação de mais de 200 universidades de 10 países da Europa e América Latina, valorizando ideias inovadoras e com potencial de impacto real no mercado. 


Por Renata Silva / FCUP