Viver com VHL

Não há uma pílula mágica ainda! para afastar a VHL, é um desafio para a vida inteira. É menos exigente do que doenças como a diabetes não é necessário controlar o açúcar no sangue várias vezes por dia, nem alterar todos os aspectos da dieta alimentar mas é necessário dar a devida atenção à vigilância médica, mantendo uma mente, corpo e espírito fortes e manter este assunto presente ao perspectivar a vida no seu todo.

Como tal, torna-se necessário cuidar da saúde global mantendo-a num bom nível. Com esse cuidado, cada desafio de VHL que surja será mais fácil de enfrentar. Alimentar-se de modo saudável, não fumar, fazer exercício regularmente, conduzir com cuidado, não beber e não tomar drogas. Reduzir a quantidade de proteínas ingeridas e comer mais vegetais (Figura 10). Procurar na imprensa informação sobre prevenção do cancro e como aumentar as defesas naturais do corpo contra os elementos capazes de desactivarem alguns genes e por isso causarem cancro. Trata-se de uma área de estudo recente e só agora começam a surgir informações de confiança.

Um dos grandes factores de risco conhecidos para qualquer problema de saúde é fumar. Estudos efectuados sobre os tumores nos rins na população em geral indicam que os doentes que fumam, especialmente os homens, são mais susceptíveis a tumores do que os não fumadores. No caso de cirurgia, também aumenta o risco de complicações pós-operatórias para os fumadores.

Ainda não são claros os efeitos do álcool, mas é aconselhável o seu consumo com moderação, aquilo que o Departamento de Saúde Americano indica como o equivalente a um copo de vinho por dia para as mulheres e dois para os homens.

Não há qualquer indicação de que os doentes com VHL devam reduzir a sua actividade física, excepto nos períodos em que se sujeitem a tratamentos. Porém, alguns tipos de tumores no encéfalo, na medula e na retina podem agravar-se com um exercício físico pesado como é o caso de levantamento de pesos de 100 quilos até as veias das fontes ficarem salientes, do aumento da frequência cardíaca durante o exercício acima dos limites aconselhados ou das fases mais exigentes do trabalho de parto. Convém pedir aconselhamento médico sobre os limites do exercício adequado para cada caso. Mas um exercício moderado é benéfico para toda a gente.

Os suplementos não compensam uma má alimentação. Mark Messina, Instituto Americano de Investigação do Cancro.

Figura: Pirâmide alimentar

O Departamento de Saúde Americana e o Instituto Nacional Americano do Cancro aconselham uma dieta que privilegie as proporções indicadas, com um mínimo de cinco peças diárias de fruta e vegetais.

\includegraphics[]{figura10_p.ps}

Algumas famílias com VHL experimentam dietas de prevenção do cancro e evitam hormonas de crescimento (presentes em algum tipo de criação de gado e aves) tentando amenizar o curso da doença. Os cientistas estudam as propriedade de alguns vegetais (particularmente os produtos de soja fermentados e vegetais crucíferos como couves) no retardar o crescimento de novos vasos sanguíneos. Para acrescentar estes cuidados às preocupações com a saúde, pode consultar a informação disponibilizada pela VHL Family Alliance ou em programas de prevenção do cancro. Peça no seu Centro de Saúde aconselhamento nutricional de prevenção cancerígena .

A VHL é uma doença crónica. Apesar de não afectar a vida quotidiana, por vezes passa para primeiro plano e exige toda a atenção. Vigiando regularmente a saúde com apoio médico, é possível manter um maior controlo das manifestações da doença e melhor ultrapassar as interrupções que causa na vida normal.


Química vegetal: a próxima fronteira

A observação da lista de ingredientes de uma embalagem de cereais pode ser alarmante: isoflavonas, terpenos (hidrocarboneto cíclico de fórmula C10H16, existente em essências vegetais), indóis, ácido fenólico. Mas estas palavras muito difíceis de pronunciar não são aditivos artificiais, são químicos que surgem naturalmente na composição de frutos, vegetais e cereais químicos que o nosso corpo pode usar no seu arsenal de combate às doenças. Estas substâncias são chamadas fitoquímicos (do termo grego phyto, plantas). Algumas, como a dedaleira e o quinino, são utilizadas para fins médicos há séculos. Mas os efeitos anti-cancerígenos de muitas delas só agora começam a ser conhecidos. Apesar de os vegetais crucíferos (brócolos, couves, etc.) virem vindo a desenvolver uma reputação como centrais de fitoquímicos, há que não esquecer que são apenas os mais conhecidos e os cientistas vão desenvolvendo conhecimentos todos os dias. Comer vegetais e frutos variados é mais importante do que concentrar a escolha em alguns em particular para obter a maior gama de fitoquímicos presentes na natureza.

Apresentamos alguns modos fáceis de melhorar a absorção de fitoquímicos:

Comer mais cereais.
Não limitar a escolha ao pão, arroz e massas. Experimentar cuscuz, cevada, paianço, trigo-búlgaro, trigo-sarraceno e arroz integral para variar. No início só se encontravam em lojas de produtos biológicos, mas entretanto tornou-se mais fácil encontrá-los nos hipermercados.
Comer vegetais variados.
Os brócolos são muito nutritivos, embora não se comam todos os dias. Também as cenouras, couve-flor, hortaliça, batidos de frutas, pimentos verdes e vermelhos, ervilhas de quebrar, couve roxa, ... há uma lista interminável de vegetais. As embalagens de legumes variados ultra-congelados são uma forma fácil de reunir uma grande variedade numa única refeição. Não se pense que terá que comer uma grande variedade todos os dias, é o consumo em cada semana que é importante.
Comer mais fruta.
Comer mais fruta. Estudos demonstram a norma de a maioria das pessoas comer uma única peça de fruta por dia. Faz bem beber um copo de sumo ao pequeno-almoço, mas sem esquecer as bananas, framboesas, laranjas, morangos ou pêssegos juntamente com uma taça de cereais ou às sobremesas ou mesmo a meio da manhã.
Não esquecer as ervas e especiarias.
Mesmo que se usem em pequenas quantidades, também contêm fitoquímicos. Alho, pimentos picantes, manjericão, salsa e outras ervas frescas ou secas para temperar os alimentos.

Diminuir as porções de carne, peixe e aves.
O que implica naturalmente um maior consumo de cereais e vegetais.
Experimentar novos alimentos e novas receitas.
Tal como tofu, funcho, papaia ou maracujá. Até nos supermercados nos surgem folhetos com receitas exóticas para encorajar os consumidores.

por Thomas Dao, M.D. et al., Instituto Americano de Investigação do Cancro, Washington D.C.



Subsecções
Dora Resende Alves