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Inteligência Artificial e Ciência de Dados: o Futuro é Agora!

Com o crescimento da Inteligência Artificial serão extintos alguns postos de trabalho? Esta foi uma das perguntas debatidas na Mesa Redonda “Inteligência Artificial e Ciência de Dados: o futuro é agora”, que decorreu no dia 21 de junho. A iniciativa, moderada por Rita  P. Ribeiro e Luís Paulo Reis, docentes das Faculdades de Ciências e de Engenharia da Universidade do Porto, respetivamente, reuniu um painel de especialistas portugueses nas áreas da IA e CD. 
 

“Vai haver uma transição e não vai ser um processo abrupto”, defendeu Eduarda Rodrigues, responsável pela equipa de Engenharia e Ciência de Dados da GiffGaff. “Alguns tipos de tarefas vão ficar obsoletas, mas vamos ser mais eficientes. Um analista financeiro vai continuar a ser um analista financeiro. No entanto, o tipo de tarefas que vai executar no dia-a-dia vai ser diferente e mais apoiada por técnicas de machine learning”. 
 
E como vê a SONAE, que acabou de inaugurar em Portugal o primeiro supermercado sem caixas em Portugal, a inteligência artificial? “Nestas lojas existe muita curadoria, muito acompanhamento. Vão continuar a ser precisas pessoas para trabalhar nelas”, descreveu Bruno Mourão, que esteve envolvido na criação desta iniciativa. 
 
Os recursos humanos foram precisamente um outro tópico muito focado neste evento que serviu de mote ao lançamento da licenciatura em Inteligência Artificial e Ciência de Dados, curso conjunto entre a FCUP e a FEUP. “É muito difícil contratar pessoas nestas áreas”, referiu Eduarda Rodrigues, reconhecendo a importância de haver “uma formação de raiz” em IA e CD. 
 
Para Luís Sarmento, co-fundador da Inductiva Research Lab, “esta licenciatura é a mais importante lançada na U.Porto nos últimos anos pelas implicações que vai ter a curto e a médio prazo”. Por outro lado, salienta que o efeito desta nova licenciatura não vai ser imediato uma vez que “para ter impacto na indústria vai demorar 10 a 15 anos”, altura em que possam ser contratados recursos humanos seniores nestas áreas. “Temos de trabalhar muito para fechar esta GAP”. 
 
O especialista realçou ainda a transversalidade da Inteligência Artificial. “É uma skill de largo espectro e é muito importante formar pessoas de biologia, física e química em IA”, defendeu o especialista que passou por grandes empresas como a Amazon e a Google. 
 
Para além disso, na mesa redonda falou-se também na importância dos fundamentos, ou seja, das áreas de base que são essenciais à criatividade e ao trabalho nestes campos. “Continuem a estudar matemática, física, álgebra, estruturas de dados. Saber isso dá-nos uma liberdade e uma capacidade de ser criativos”, aconselha Luís Sarmento. 
 
E saídas profissionais? Ficou claro na mesa redonda que o curso apresenta caminhos muito diversos a seguir: quer seja na indústria quer na investigação e até mesmo a investigação não se fecha só na academia, havendo espaço para quem queira trabalhar nesta área no contexto empresarial. 
 
A sessão contou com mais de 500 visualizações e uma assistência em direto de cerca de 133 pessoas que acompanharam a sessão via YouTube e que puderam colocar questões ao painel de especialistas. 
 
Poderão assistir a esta mesa redonda aqui.