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THEIA - Automated Perception Driving

É um projeto que visa dar resposta às exigências da condução autónoma e da mobilidade do futuro e conta com a liderança a nível científico do docente no Departamento de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), Rolando Martins. 
 
 
Proposto pela Bosch (Braga), o THEIA - Automated Perception Driving tem como objetivo central recolher e aplicar algoritmos inteligentes de perceção para dotar os veículos de capacidades sensoriais avançadas num contexto de condução autónoma. Como? Estes algoritmos vão interpretar dados recolhidos pelos sensores dos veículos, especialmente dos sensores LIDAR. Esta será, por exemplo, informação sobre o estado do tempo, e outros dados que permitirão a um veículo autónomo tomar decisões, como abrandar. A ideia é que estes sejam capazes de prever e inclusive “escolher” cenários face ao obstáculo/problema identificado.


Pela primeira fase, será responsável a equipa da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), também parceira no projeto, que fará o desenvolvimento dos algoritmos de perceção. 


Caberá à FCUP, em seguida, dar, com base em machine learning, um contexto lógico aos dados fornecidos por estes algoritmos. "O objetivo é promover a melhor decisão possível por parte do veículo e aumentar a fiabilidade do sistema, ajudando a prevenir os acidentes na estrada", explica o docente da FCUP, também investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC).
 

Este trabalho da FCUP vai permitir aumentar a fiabilidade e a robustez dos algoritmos de percepção e oferecer a capacidade de planeamento apoiada em informação adicional de contexto, como é exemplo o uso de geolocalização e dados fornecidos por terceiras partes confiáveis. 
 

Também na FCUP será desenvolvida a infraestrutura segura necessária para assegurar a segurança das comunicações, bem como de todo processamento e armazenamento de dados necessários para o projeto. Ao mesmo tempo, serão desenvolvidos algoritmos capazes de preservar a privacidade dos utilizadores, em pleno cumprimento das directrizes do regulamento geral de proteção de dados (RGPD).
 
 
Recentemente, este projeto publicou o seu primeiro paper "ZERMIA -A Fault Injector framework for testing Byzantine Fault Tolerant protocols". “Este trabalho teve como principal enfoque um sistema que injeta falhas no sistema, sendo uma forma de o testar”, conta Rolando Martins. O artigo conquistou o prémio de “Best paper” na 15th International Conference on Network and System Security. 
 
 
O THEIA, que tem um investimento superior a 28 milhões de euros, a aplicar até 2023, foi oficialmente lançado esta terça-feira, numa cerimónia que decorreu na Reitoria da Universidade do Porto. O contrato de investimento foi assinado entre a Universidade do Porto – pelo Reitor da U.Porto, António de Sousa Pereira, e pelos Diretores da Faculdade de Ciências e da Faculdade de Engenharia, Ana Cristina Freire e, João Falcão e Cunha, respetivamente – a Bosch Portugal, por Carlos Ribas e André Reis, e a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, por Luís Castro Henriques.
 
 
Na equipa do projeto, da parte da FCUP, participam os investigadores e docentes do DCC João Soares, Manuel Barbosa, João Vilela, Luís Antunes, Bernardo Portela, Inês Dutra, Nuno Moniz e Alípio Jorge. 
 

© SICC.FCUP

© BOSCH (imagem)